Capítulo 23

 

Eis então que o grupo chegava ás terras das Trevas. Ao grande reino de Ak, o reino das minas. O povo de Ak, conhecidos como os Formica eram mineiros excepcionais, armeiros incríveis e ourives maravilhosos. Embora Ak fosse considerado um reino das Trevas mantinha muitas, e boas, relações comerciais com reinos da Luz. As jóias das minas de Ak eram de grande pureza e beleza e muitas eram as que eram vendidas aos reinos dos Elfos. Quanto ás armaduras e armas de Ak estavam entre as melhores jamais construídas.

O grupo chegou ás portas de uma mina de Ak.

 

«Esta é a maior mina de Ak.» disse Pequenina. «Já vim aqui algumas vezes para comprar pedras preciosas.

 

«Conheceis então alguém  nesta mina?» perguntou Freira.

 

«Sim. Uma jovem chamada Ana.» disse pequenina.

 

«São amigas?» perguntou Soraia.

 

«Digamos que nos conhecemos.» disse Pequenina.

 

«Digamos que nos conhecemos há muito.» disse uma voz feminina à porta da mina.

 

«Olá Ana.» disse Pequenina.

 

«Bem vinda majestade.» disse Ana. «A que vindes desta vez?»

 

«Venho numa missão para vos pedir vosso auxílio.» disse Pequenina.

 

«Elfos e humanos a pedir ajuda a uma Formica?» disse Ana surpresa. «É algo raro de se ouvir. Venham, iremos falar num local mais confortável.»

 

Ana levou-os para o interior da mina. O interior não era tão escuro como o esperado. Era iluminado por espelhos que reflectiam a luz exterior para outros espelhos criando uma luz artificial, e grandes colunas escavadas levavam o ar quente e substituíam-no por uma brisa fresca. A arquitectura dos túneis  também era de uma beleza de todo nada esperada no interior de uma mina. Os aposentos de Ana eram enormes, todo o grupo coube lá dentro e ainda sobrava espaço.

 

«Vêm então pedir o meu auxílio.» disse Ana. «De que precisam?»

 

David explicou então a sua missão a Ana.

 

«A situação é pior do que imaginava.» disse Ana. «É quase inacreditável.»

 

«Sim.» disse Tânia. «Se não o tivéssemos visto, também não acreditaria.»

 

«Ireis juntar-vos a nós?» perguntou Pequenina.

 

«Sim.» disse Ana. «Podeis contar com a minha ajuda.»

 

«Obrigado Ana.» disse David. «Poderíeis guiar-nos até Aelfwine?»

 

«Claro.» disse Ana. «Temos túneis até lá.»

 

Ana levou-os por um labirinto de túneis até que saíram para o sol  numa colina no reino dos Lynx, o reino de Aelfwine.

Aelfwine, um reino de florestas ricas em caça, lar dos Lynx, um povo humano mas que imitava os Felídeos. Eram conhecidos pela sua capacidade de emboscada e pela sua agilidade e velocidade.

O grupo sentia-se como se fosse caçado. Que olhos de predadores os seguiam e observavam todos os seus movimentos.

 

«Vários Lynx estão emboscados na floresta.» disse Pequenina.

 

«Observam-nos há muito tempo.» disse Joninhas.

 

«E aquele caminho leva-nos a uma emboscada.» disse Angela..

 

«Eu também sinto isso.» disse Cristina.

 

«Mas acho que iremos cair nessa armadilha.» disse David.

 

«Apanhar os emboscados na sua própria emboscada.» riu André. «Acho bem.»

 

O grupo dirigiu-se então para a armadilha com o cuidado descuidado de quem sabe o que lhe espera ao virar da esquina. As armas semi-desembaínhadas  e os escudos aperrados preparados para uma ataque iminente, embora as suas faces e os seus sorrisos disso não demonstrassem a preparação feita.

Ao som de um movimento de um ramo de árvore a emboscada começou e vários Lynx saltaram sobre o grupo.

A recepção dos Lynx não foi a esperada, em vez de surpresa e pânico foram recebidos por uma muralha de escudos que rechaçou os seus ataques.

Os Lynx bateram em retirada para a segurança da floresta.

 

«Gatinhos assustados!» exclamou Rodolfo.

 

«Aquela não me parece muito assustada.» disse Vanessa.

 

Diante deles estava uma das Lynx olhando-os com curiosidade nos seus grandes olhos.

 

«Majestade.» disse Lígia. «Ela é a que procuramos.»

 

«Tentarei falar com ela.» disse David.

 

«Cuidado.» disse Soraia. «Os gatos são falsos.»

 

«Não somos falsos.» disse a Lynx. «Somos independentes.»

 

«As minhas desculpas senhora.» disse David respeitosamente. «Preciso falar-vos.»

 

«Vinde então.» disse a Lynx. «Falarei apenas convosco.»

 

«David...» disse Freira.

 

«Ficarei bem.» disse David. «Ficai aqui.»

 

David e a Lynx  foram até uma clareira ali perto.

 

«Falai então.» disse a Lynx.

 

David apresentou-se e contou a sua história à Lynx que o ouviu atentamente.

 

«Então a nossa oráculo tinha razão.» disse a Lynx pensativa. «O meu nome é Ana, mas todos me tratam por Bichana. O meu destino é juntar-me a vós.»

 

«Serei então o primeiro a dar-vos as boas vindas. » disse  David. Levando-a para junto dos outros.

 

«Bem vinda.» disse Freira.

 

«Como sabíeis que me juntei a vós?» indagou Bichana.

 

«O sorriso de David disse-mo.» disse Freira.

 

O grupo recebeu-a também de braços abertos e começaram a viagem para Menell.