Capítulo 27
O grupo penetrou no reino de Ghoglie com cuidado. Este era o primeiro reino onde a sua visita podia ser das mais indesejadas. As Viúvas Voadoras habitavam Ghoglie, eram criaturas de lendas e histórias de assustar crianças, eram mulheres com poderes mágicos perigosos. Alguns de entre eles já tinham enfrentado algumas Viúvas aquando da incursão de David. Eram mulheres, algumas de grande beleza, capazes de voar magicamente e das suas mãos ou olhos um fogo espectral saía directo aos seus inimigos. Os seus fatos negros e capas esfarrapadas enchiam os céus com os seus lamentos.
Caminhar por Ghoglie era difícil, as estradas não tratadas, há muito que tinham sido retomadas pelas florestas. As antigas cidades eram apenas ruínas quase imperceptíveis na vegetação que as cobria.
Mas havia um edifício de pé em Ghoglie, um grande templo dedicado aos deuses das Trevas e da Morte, o lar sagrado das Viúvas Voadoras. Lá todas elas se congregavam e quando outra nascia era para lá que se dirigia.
O grupo chegou perto do templo ao findar da tarde, quando o sol já se punha e a noite começava o seu reinado.
Do fundo do templo um lamento cresceu como se a terra gritasse em agonia e explodiu quando as Viúvas Voadoras saíram a voar de todos os orifícios do templo para acolherem a noite com os seus lamentos.
Uma das Viúvas deu conta da presença do grupo e mergulhou na sua direcção com o fogo a aparecer-lhe nas mãos.
«Protejam-se!» exclamou Carmen. «Ela vai atacar.»
Duas bolas de fogo, de tonalidade verde, partiram em direcção ao grupo, Mas Ana Raquel saltou desembainhando as sue Kriss e destruiu as duas bolas com um só golpe.. Rodolfo saltou de imediato atrás mas só conseguiu rasgar mais um pouco a capa.
As outras Viúvas baixaram então para ajudar a sua irmã.
«As Viúvas Voadoras não actuam juntas.» disse Rodolfo. «Porque o estarão a fazer agora?»
«Talvez por estarmos em seu reino e terem presenciado um ataque a uma de suas irmãs!» exclamou Soraia.
O grupo separou-se de maneira a proporcionar um alvo menor para os ataques de suas adversárias.
David e Freira protegiam-se um ao outro com os seus escudos. Fábio usava o vento de guerra para se defender e Raquel com os seus chicotes destruía as bolas de fogo que escapavam a Fábio. Ivandro usava o seu escudo para se defender. Carmen e Andreia usavam as suas armas para se defenderem das bolas de fogo que lhes eram atiradas. Luís usava o seu escudo para se defender mas tinha de ter cuidado pois o semicírculos do seu escudo por vezes deixavam passar algumas. Filipe usava a sua Akinaki e agilidade para se defender. Ana Raquel e Bichana seguiam-lhe o exemplo. Soraia e as suas adagas com Vanessa e as suas sais e Joninhas e as suas adagas elficas também.
Cristina, Angela e Patrícia disparavam flechas para dispersar as Viúvas e Diana juntou-se-lhes com a sua besta. Tanuska com as suas shuriken e Rose com a sua azagaia. Lina girava a sua Kama sobre a cabeça destruindo as bolas contra ela atiradas e Bruno ao seu lado defendia-se e a ela com o seu escudo. Rodolfo usava a sua agilidade para escapar e as sombras para se esconder. Rita unira-se a Paula, A Elemental tinha-se tornado água e rodeado o corpo de Paula tornando-a mais forte e ágil. Pedro e Solange também trabalhavam juntos criando um tornado de fogo para se defender do fogo espectral. Teresa usava a sua corda para se defender enquanto Tiago destruía as bolas com a sua estrela da manhã. Rute adoptara a sua forma de Gorgona e destruía as bolas de fogo tornando-as em pó com o olhar. Betinha usava luz para afastar as Viúvas de si.
Cátia defendia-se com o seu escudo mas um descuido deixou as suas costas vulneráveis a um ataque e uma das Viúvas não se fez rogada.
«Cátia!»gritou João enquanto se interpunha entre o fogo e Cátia.
«João! Estais bem?» perguntou Cátia preocupada ao ver o braço de João em chamas.
«Estou, não vos preocupeis.» disse João tornando parte do seu braço em areia e apagando o fogo.
O grupo estava rodeado e em breve seria derrotado. A primeira Viúva lançou-se ao ataque com as suas irmãs logo atrás.
«CHEGA!!!» um grito elevou-se na noite enquanto uma parede de fogo espectral separava as Viúvas do grupo. «Esta loucura acaba agora!»
Todos se viraram para onde vinha a parede de fogo e lá estava uma Viúva Voadora olhando-os.
«As minhas desculpas príncipe David.» disse a Viúva. «O meu nome é Joana e lidero as Viúvas Voadoras.
«As Viúvas Voadoras têm líderes?» perguntou David.
«Fora deste reino, não.» disse Joana. «Mas neste reino a Viúva Voadora mais velha lidera.»
«Mas pareceis tão nova.» disse Vanessa.
«Morri jovem há muito tempo.» disse Joana.
«Porque nos atacaram?» perguntou Carmen.
«A Viúva que vos atacou tem ódio por vós.» disse Joana. «É a mais jovem de nós e chama-se Cláudia.»
«Cláudia?!» indagou Carmen. «Uma Zaigonne chamada Cláudia?!»
«Sim.» disse Joana. «Vinde até mim Cláudia.»
«Bem me parecia que vos tinha reconhecido.» disse Carmen.
«Eu também vos reconheci.» disse Cláudia. «Nunca vos vou perdoar.»
«Não tereis vossa vingança agora.» disse Joana. «A missão que os trás aqui é de maior importância que a vossa vingança.»
«Eu acatarei vosso juízo.» disse Cláudia.
«Então sabeis de nossa missão.» disse David. «Sabeis então quem se juntará a nós?»
«Que não seja Cláudia.» disse Vanessa.
«Serei eu quem se juntará a vós.» disse Joana pousando perto do grupo.
«Bem vinda então Joana.» disse David.
«Obrigado.» disse Joana.
«Posso fazer uma pergunta?» pediu Carmen.
«Com certeza.» disse Joana.
«Onde está ou o que aconteceu a António?» perguntou Carmen com os olhos a faiscarem de raiva a olhar para Cláudia.
«Não vos responderei.» disse Cláudia virando-lhe as costas.
«Cláudia! ATÃO?» disse Joana já zangada.
«Cláudia por favor dizei-me!» exclamou Cristina chorosa. «Em nome do que passámos dizei-me!»
«António morreu.» disse Cláudia com pesar. «Morreu comigo.»