Capítulo 34
«Que lugar era aquele onde vos encontravas?» perguntou Joana a Sim Sim.
«É uma poça de nascimento.» disse Sim Sim.
«O que é isso?» perguntou Sérgio.
«É onde nascem os novos Uruk Hai.» disse Sim Sim.
Nascem de poças?» perguntou Ana Raquel.
«Sim.» disse Sim Sim. «As partes humanas e Orc são colocados lá dentro e a lama mágica dá-nos um novo Uruk Hai.»
«Estranho.» disse Andreia. «Que situação.»
«Embora raro ás vezes não resulta tão bem.» disse Sim Sim. «Como no meu caso.»
«Que dizeis?» disse Pequenina. «Sois tão Uruk como qualquer outro, não vos encontreis em tão baixo só por pareceres mais humano.»
«É uma fraqueza.» disse Sim Sim.
«Não.» disse Carmen. «Pode ser vossa melhor arma na batalha que se aproxima.»
«Estais connosco agora.» disse Cristina. «Sois um membro de nosso grupo igual a todos os outros.»
«Obrigado a todos.» disse Sim Sim. «Sinto-me melhor.»
«Mas voltando ás poças.» disse Angela. «É fascinante. Adoraria poder um dia assistir a um nascimento.»
«Talvez um dia.» disse Sim Sim. «Se as tréguas aguentarem.»
A viagem continuou em direcção a Kor, com Sim Sim a guiá-los. Kor, o lar dos Orcs, Se o Pântano Morto era fétido e verde, Kor era fétido, desértico cheio de rios de lava que tornavam a terra negra. Os seus rios de lava iam do amarelo incandescente ao vermelho mortiço prestes a tornar-se negro e duro. O grande castelo de Kor tinha a forma de um Orc gigante e era vermelho sangue uma visão aterradora.
«Não devia estar aqui.» disse Jonhinhas estremecendo.
«Porquê?» indagou Andreia.
«Os Orc já foram Elfos um dia.» disse Joninhas.
«Que lhes sucedeu?» perguntou Carmen.
«Foram atraídos para as Trevas e os deuses distorceram-nos para as formas horríveis que são hoje.» disse Angela com uma lágrima a correr-lhe pelas faces.
«Alguns de nós tiveram membros da família a quem lhes sucedeu essa maldição.» disse Pequenina.
«Lamento.» disse Carmen. «Não era minha intenção relembrar-vos coisas tristes.»
«O pior é que a distorção os levou a ter um ódio de morte aos Elfos.» disse Angela.
«Então poderemos ter problemas ao entrar no coração de seu reino?» perguntou Nuno.
«É o que receio.» disse Joninhas.
«Somos um grupo.» disse David resoluto. «Seguiremos juntos.»
A assim entraram em Kor...
A sua recepção foi das mais inesperadas.
«Bem vindo meu príncipe.» disse o velho Orc que David tinha conhecido na sua incursão. «Estou muito feliz por vos poder ajudar.»
«Vós sois o líder dos Orc?» perguntou David.
«Derrotei o antigo líder.» disse o velho orgulhoso. «Mas nunca esqueci o que vós humanos haveis feito por nós. Olhai.»
David e todo o grupo olharam para onde o velho Orc apontava. David e Carmen estavam abismados.
«Aquela é...» disse Carmen estupfacta.
«A árvore de Oten.» disse David completando a frase.
«É a árvore.» disse o velho Orc. «A árvore da salvação.»
«Transplantaram-na para Kor.» disse Carmen tocando a árvore com ternura.
«Agora as nossas crianças brincam nela e não são mortas.» disse o velho Orc. «Sabemos que precisais de nossos exércitos e de um de nós.»
«Assim é.» disse David ainda recuperando do choque.
«Duarte.» disse o velho Orc. «Vinde juntar-vos a vossos novos companheiros.»
Um jovem Orc saiu da multidão.
«O meu nome é Duarte.» disse o jovem apresentando-se. «É uma honra juntar-me a vós.»
«Mesmo connosco?» perguntou Joninhas.
«É um mal necessário.» disse Duarte com um sorriso duvidoso. «Depois do fim de nossa missão logo veremos como estaremos.»
«Aceito vossos termos.» disse Pequenina.
E com Duarte no grupo partiram para Kabor.