Capítulo 47

Enquanto o grupo se reanimava após a partida de Rita e Pedro, Xana aproximou-se da grande porta que começou a abrir-se.

 

«Vinde.» disse Xana. «Acho que gostareis de visitar Vizak.»

 

«Como podeis dizer isso?» perguntou Freira colérica. «Como podeis sugerir que gostaremos de visitar o reino da Morte?»

 

«Vereis.» disse Xana. «Vinde.»

 

O grupo seguiu penosamente Xana pela porta entrando num mundo morto, onde o cheiro a podridão e a morte imperavam, mas que de repente se abriu em luz com várias cavernas cada uma delas lembrando um reino.

 

«Isto é o que penso que é?» perguntou Nela.

 

«Sim é.» disse Xana. «Vizak , o reino da Morte onde todos os mortos de todos os reinos vêem ter.»

 

«Então...» ia dizer Paula.

 

«Olá Paula.» disse Rita de uma das cavernas.

 

«Rita!» exclamou Paula. «Estais bem?»

 

«Tendo em vista que pereci.» disse Rita. «Estou muito bem. Vizak  permite-me viver num ambiente semelhante a Gorag. Aqui encontrei elementais de água que não via há muito.»

 

«Fico feliz.» disse Paula.

 

«Olhai, é Pedro.» disse Cristina olhando noutra caverna.

 

«Que vos preocupa Cantante?» perguntou Angela vendo sua companheira andar de caverna em caverna de olhar perdido.

 

«Maria disse que meu pai não se encontrava em Mirk, por isso pensei que poderia encontrá-lo aqui...»

 

«Sim, seria de esperar encontrá-lo aqui.» disse David também procurando.

 

«Bem vindos a Vizak.» disse uma voz fria como a morte.

 

«Lorde Tassadar.» disse Xana reverente.

 

«Bem vinda de volta Xana.» disse uma criatura vestida de negro coberta por uma névoa negra e fria. «Haveis feito um excelente trabalho. Está na hora de recolherdes vossa recompensa.

 

«Posso mesmo...?» perguntou Xana com um enorme sorriso nos lábios.

 

«Podeis estar com ele até serdes necessária novamente.» disse Tassadar. «Eu tomarei providências para com nossos convidados.»

 

E numa núvem de fumo negro Xana consumiu-se e desapareceu.

 

«Fico feliz por ter tantas das minhas criaturas convosco príncipe David.» disse Tassadar com um tom de voz que quase parecia paternal. «Maria, Duarte, Joana, Silva, Claudino, Sérgio, Charmoso e Catarina? Não estais no poço das almas? Estranho...»

 

«Eu também fiquei muito surpreeendida lorde Tassadar.» disse Catarina. «Mas com esta nova oportunidade continuarei a servir-vos.»

 

«Não importa muito.» disse Tassadar.

 

«Posso fazer-vos uma pergunta?» pediu Joana.

 

«Fazei Joana.» disse Tassadar gravemente.

 

«É sobre Xana...» ia começar Joana.

 

«Quereis saber o que era a recompensa?» disse Tassadar jocoso.

 

«Sim, lorde Tassadar.» disse Joana corando.

 

«Xana aceitou ser a chave de meu reino se lhe permitisse sempre que possível passar tempo copm seu amado.» disse Tassadar. «Ficando ele sem saber que morrera.»

 

«Mas assim...» disse Joana espantada.

 

«Ela sabe e sente o tempo passar, ele não.» disse Tassadar.

 

«Isso é uma tortura!» exclamou Freira.

 

«É amor.» disse Tassadar. «O tempo que Xana passa com seu amor é aproveitado até ao último segundo, como deve ser para todos.»

 

«Como o nosso.» disse Raquel abraçando Fábio.

 

«Sim, parecido com isso.» disse Tassadar misterioso. «Mas agora o importante será enviar-vos para onde desejardes ir.»

 

«David, por favor...» disse Tânia a medo.

 

«Sim.» disse David sorrindo. «Haveis esperado demasiado. Lorde Tassadar enviai-nos para Meneloth.»

 

«Meneloth?» perguntou Tassadar. «Esse é um reino muito perigoso.»

 

«Que aconteceu a Meneloth?» perguntou Joaninha.

 

«Meneloth agora cria Querubims para o exército de Rashagall.» disse Tassadar.

 

«Os anjos de crianças...» disse Joaninha. «Beatriz!»

 

«Não!» exclamou Tânia. «Beatriz não será uma querubim!»

 

«Então deve estar fortemente guardado.» disse David.

 

«Assim é.» disse Tassadar.

 

«Podeis enviar-nos para qualquer parte de Meneloth?» perguntou Joaninha.

 

«Sim.» respondeu Tassadar.

 

«Enviai-nos para as florestas a leste da capital.» disse Joaninha. «Para perto das grutas.»

 

«Se assim o desejais.» disse Tassadar envolvendo o grupo na sua névoa negra e apareceram numa floresta perto da capital perto da entrada de umas cavernas em Meneloth.

 

«A minha irmã e eu vinhamos brincar para aqui quando éramos crianças.» disse Joaninha. «Estas grutas têem passagens que nos levam ao interior da capital.»

 

«Farei um reconhecimento.» disse Rodolfo. «Encontrarei vossa filha.»

 

«Obrigado Rodolfo.» disse Tânia.

 

«Ireis precisar disto.» disse Angela entregando um mapa a Rodolfo. «Não sei se estará muito certo, mas...»

 

«Ajudará.» disse Rodolfo. «Mesmo que não esteja atual os edifícios aqui descritos dar-me-ão uma ideia do que esperar.»

 

«Tomai isto também.» disse Joaninha. «É um mapa das grutas e o caminho até à cidade.»

 

«Obrigado senhoras.» disse Rodolfo.

 

«Quereis que vos acompanhe?» perguntou Tanuska. «Cobríriamos a cidade mais rapidamente.»

 

«Haveis sido vós a oferecer e não eu a pedir-vos.» disse Rodolfo orgolhosamente.

 

«Então partamos.» disse Tanuska. «Mostrai o caminho.»

 

Rodolfo e Tanuska desapareceram nas trevas das cavernas deixando Tânia com o grupo.

 

«Não vos preocupeis.» disse Cristina. «Eles encontrarão Beatriz sã e salva.»

 

«Tenho a certeza que sim.» disse Tânia com um sorriso forçado.

 

«Montemos o acampamento.» disse David. «Temos de preparar-nos para uma possível batalha.»

 

Todos se dedicaram à montagem do acampamento.