Capítulo 51


«Vinde Cantante.» pediu Rute. «Não podeis fazer mais nada.»


«Não consigo.» disse Cantante. «Evolus era tudo o que tinha.»


«Pelas Deusas.» disse Freira. «Já perdemos tempo demais.»


«Freira.» disse David. «Cantante foi criada por Evolus. É frio de nossa parte a apressar-mos.»


«Não fizemos pausas por Lisa ou por qualquer dos outros que tombaram.» disse Freira.


«Não precisam de esperar.» disse Evolus surpreendendo todos.


«Estava a ver que não vos iríeis levantar hoje.» disse Patiscas sorrindo.


«Mas como?» indagou Cantante entre a surpresa e a alegria. «Eu vi-vos ser completamente destruído.»


«A resposta está no meu nome.» disse Evolus. «Eu evoluo após qualquer derrota. Reconstruo-me mais forte e imune ao que me derrotou.»


«É bom ter-vos de volta.» disse Cantante. «Quando vos vi ser dilacerado não conseguia acreditar.»


«Desculpai-me pelo medo e pela dor que vos causei.» disse Evolus. «Mas não ficareis comigo para sempre. Tereis de ir viver a vossa vida.»


«Eu sei.» dise Cantante. «Mas ainda não estou preparada para tal.»


«Estareis um dia.» disse Raquel.


«Sentireis isso.» disse Ana Raquel.


«Freira tem razão.» disse Evolus levantando-se. «Já perdemos tempo suficiente.»


«Para Se Hollyn.» disse David.


O grupo entrou pela porta para o reino da Vida chamado Se Hollyn, onde Patiscas os esperava com uma senhora de meia-idade feita de luz.


«Bem vindo David.» disse a mulher. «É bom rever-vos.»


«Senhora Artanis.» disse David com uma vénia respeitosa. «É bom ver-vos também.»


«Sois todos bem vindos em meu reino.» disse Artanis.


«Senhora, este vosso servo não é digno de tal benece.» disse Greg.


«Sois aliado de meu filho.» disse Artanis. «Isso faz de vós bem vindo neste reino.»


«Muito vos agradeço vossas palavras.» disse Greg.


«Um demónio a corar? Agoar já vi tudo.» disse Jaime.


«Não Jaime.» disse Artanis. «Ainda não haveis visto muita coisa.»


«Aproxima-se a etapa mais perigosa.» disse Vanessa.


«Tendes razão.» disse Artanis. «Ireis penetrar no coração dos reinos da Luz, agora vossos mortais inimigos.»


«Mas deverão estar pouco guardados.» disse Cristina. «Os seus exércitos estão em batalha.»


«Minha irmã deixou para trás a sua reserva.» disse Artanis.


«Os magos Horadrim.» disse Sérgio.


«Sim.» disse Artanis. «Tão perigosos quanto anjos e fiéis a Rashagall.»


«São humanos.» disse Joana. «Talvez possam ser convencidos a juntar-se a nós. Cláudio rebelou-se.»


«Pode ser que sim.» disse Artanis.


«Mas não devemos ter muitas esperanças.» disse Carmen


«Exatamente.» disse Artanis.


«Para onde iremos agora?» perguntou Candido.


«Se nos transportar-mos para os reinos da Luz, os Horadrim sentirão a magia e serão alertados da nossa presença em seus reinos.» disse Claudina.


«A melhor opção será irmos para Krondana.» disse Angela. «E daí secretamente nos reinos da Luz.»


«Que caminho percorreríamos?» indagou David.


«Krondana, Hellrog, Malikor, Carmell e depois no território dos Horadrim e finalmente o reino dos anjos.»


«Parece ser um bom plano.» disse David pensativo. «Perigoso, mas parece ser um bom plano.»


«Tenho algo que nos pode ajudar um pouco.» disse Sérgio.


«O quê?» perguntou David.


«Estas runas proteger-nos-ão um pouco da atenção por parte dos Horadrim.» disse Sérgio.


«Como?» perguntou Cristina.


«Os Horadrim e os Necromantes são lados opostos da mesma moeda.» disse Sérgio. «Por gerações lutámos entre nós e aprendemos a esconder a nossa presença uns dos outros através de runas.»


«Então não poderemos contar convosco para os localizar.» disse Joana.


«Não.» disse Sérgio. «Infelizmente não.»


«Pelo menos já nos podemos defender de sua deteção.» disse Vanessa. «Já é algo.»


«Sim.» disse Angela. «Algo muito valioso.»


«Então devo enviar-vos para Krondana.» disse Artanis.


«Sim, por favor senhora.» disse David.


«Patiscas levai-os até ao portal.» disse Artanis


«Muito bem senhora. Será como ordenais.» disse Patiscas levando o grupo.


O grupo atravessou o reino da Vida sendo surpreendido pela quatidade de flora e fauna aí residentes.


«Devem estar aqui todas as espécies conhecidas e mais umas desconhecidas.» disse Angela maravilhada. «Podia passar a minha vida aqui a estudá-las.»


«Visto que sois imortal isso seria mesmo muito tempo.» disse Cláudio rindo


«Sim.» disse Angela rindo também. «Suponho que seria.»


No que parecia ser o meio da floresta encontráva-se um ponto de luz que pulsava com uma estranha energia.


«É aqui que nos despedi-mos.» disse Patiscas. «Penetrai na luz e ela irá enviar-vos para Krondana.»


O grupo adentrou a luz e desapareceu sendo de imediato enviados para o reino ancestral das Amazonas, Krondana. Das altivas aldeias restavam poucas ruínas, um reino abandonado aos fantásmas das memórias de quem alí vivera.


«Não pensei que estivesse assim tão destruído.» disse Carmen tristemente.


«Irão reconstruir.» disse Ana Raquel. «Temos de ser vitoriósos na nossa missão.»


«Sim, Carmen.» disse Ivandro. «Reconstruiremos os nossos reinos melhor do que alguma vez foram.»


«Sim.» disse Carmen. «Faremos isso.»


«A caminho minha gente!» diss André a plenos pulmões.


Todo o grupo se pôs a caminho evitando as estradas e marcas que Sérgio indicava como detetores mágicos usados pelos Horadrim. A viagem por Krondana foi rápida e sem incidentes, pouco tempo depois cruzavam a fronteira com Hellrog.

Hellrog, um grande deserto onde dois rios criavam uma faixa de oásis e campos de cultivo férteis, mas agora eram apenas restos abandonados de um reino deserto.


«Bem vindo a casa Filipe.» disse Luís.


«Não me sinto bem vindo assim.» disse Filipe olhando com pena para os campos. «Estariam aqui muitos do meu povo a trabalhar. Crianças brincariam nos rios.»


«Voltará a ser assim.» disse Cristina.


«Sim, voltará.» disse Filipe resoluto. «Tudo farei para que isso aconteça.»


«É esse o espírito.» disse Cantante sorrindo. «Como faremos para atravessar Hellrog?»


«Eu poderei guiar-vos pelo deserto.» disse Serginho.


«Será melhor.» disse Filipe. «Os oásis e cidades deverão estar a ser observados pelos Horadrim.»


«Mas teremos de reabastecer por vezes.» disse Carmen.


«Podemos fazer reconhecimentos quando necessário.» disse David. «Passarinho, Joana e Evolus podem cuidar do ar, Paula das águas e Sérgio dos marcadores mágicos.»


«Um bom plano.» disse Andreia. «É melhor que comecemos ou seremos detetados.»


«Mostrai o caminho Serginho.» disse Lina.


Com Serginho a liderar o grupo embrenhou-se no deserto tentando percorrer o máximo de distância antes de terem de reabastecer. A primeira paragem decorreu sem incidentes mas na segunda...


«Há algo naquele oásis que me dá um sentimento estranho.» disse Rute.


«Reconhecimento.» disse David.


«Eu ocupo-me do ar.» disse Evolus.


«Não, eu irei.» disse Passarinho. «Haveis sido vós a fazê-lo da última vez.»


«Muito bem.» disse Evolus. «Tomai cuidado.»


Passarinho ascendeu aos céus enquanto Paula mergulhava no rio e Sérgio com Jonhinhas aproximavam-se por terra do oásis.


«Algo está errado.» disse Rute. «Eu sinto-o.»


«Se algo estivesse errado Sérgio já o teria sentido também.» disse Paulo.


«Ainda acho que algo está errado.» disse Rute.


Sérgio e Joninhas estavam quase no oásis.


«Joninhas, recuai devagar.» disse Sérgio em surdina. «Entámos numa armadilha.»


«Oh não.» disse Jonhinhas. «Passarinho.»


Passariho nunca soube o que o atingiu, um raio de luz desintegrou-o.

Sérgio e Joninhas corriam para longe do grupo enquanto os raios os tentavam atingir. Rute entrou em ação tranformando-se na sua forma de Górgona dirigindo-separa onde os raios surgiam.


«Não fareis mal a mais ninguém!» exclamou Rute com os seus s olhos brilhando.


O Horadrim não teve tempo de se defender e tornou-se pedra ficando visível e com um golpe das suas garras Rute destruiu a estátua.


«Rute, estais bem?» perguntou Evolus.


«Um pouco mais calma, sim.» disse Rute reverendo á sua forma humana. «Maldito Horadrim.»


«Obrigado por nos salvares.» disse Sérgio com uma vénia respeitosa.


«Não precisais  de agradecer.» Disse Rute. «Não consegui salvar Passarinho.»


«Devia-mos ter-vos escutado.» disse Ana Raquel. «Vós avisaste-nos de antemão que algo estava errado.»


«Agora não vale a pena atribuir culpas.» disse Cláudio. «Vamos aproveitar para reabastecermos e partir antes que cheguem reforços.»


O grupo rapidamente reabasteceu e continuou viagem aproximando-se de Malikor.