Capítulo 52
Malikor estava diante deles, um deserto onde cidades se encontravam nas margens férteis do seu único rio. Os habitantes de Malikor construíam cidades com grandes monumentos celebrando grandes momentos da sua história. Mas agora essas cidades eram apenas ruínas e os seus monumentos estavam destruídos.
«Tantas memórias, tantas vidas...» dise Luís. «Tudo perdido.»
«Não deveis perder a esperança ainda.» disse Filipe. «Iremos reconstruir nossos lares.»
«Sim.» disse Luís. «Reconstruiremos melhores e mais belos.»
«É nisso que devemos pensar.» disse Vânia. «Nosso mundo será salvo desta loucura. Depois faremos um mundo melhor.»
«Sim.» disse Luís. «Obrigado.»
O grupo entrou numa das cidades.
«Conheceis a cidade Luís?» perguntou Patrícia.
«Conhecia.» disse Luís. «Está tão destruída que não sei se poderei ajudar muito. Mas seguindo nesta direção chegaremos ao centro da cidade.»
«Vamos então.» disse Soraia. «Quanto mais depressa sairmos daqui melhor.»
Luís levou-os então através de algumas ruas menos destruídas atá à praça cental da cidade.
«Demasiado silêncio.» disse Paulo.
«Dado que a cidade está abandonada não me parece algo de anormal.» disse Sim Sim.
«Ele tem razão.» disse Rute.
«Não se ouvem pássaros.» disse Vera. «Mesmo nos outros locais sempre ouvíamos pássaros ou outros animais.»
«Uma emboscada?» perguntou Ana Raquel.
«Não pressinto magia no ar.» disse Claudina.
«Mas os meus sentidos avisam-me de algo.» disse Cristina. «Mas é indistinto.»
«Familiares!» gritou Sérgio. «Protejam-se!»
Parecendo emergir de cada buraco na praça, pequenas criaturas aladas surgiam e tomavam os céus disparando pequenos virotes contra o grupo. O grupo tomou então posições defensivas. Os que possuiam escudos formavam uma muralha de onde os que possuiam armas que podiam ripostar e disparar seguros. Outros procuravam segurança entre as ruínas.
«Malditas criaturas!» gritou Candido.
«Estamos demasiado a descoberto.» disse Vanessa.
«Para os esgotos!» gritou Luís. «A sua vantagem será destruída em espaço tão apertado.»
«Eu abro a grade!» exclamou Ricardo arrancando-a do chão. «Ops desculpai-me.»
«Não faz mal.» disse Luís. «Todos para dentro!»
O grupo entrou na rede de esgotos da cidade sendo seguidos pela massa de familiares em fúria.
«Que coisa é esta no chão?» perguntou Sim Sim. «Agarra-se aos pés.»
«É piche.» disse Luís. «Devemos estar sob a fábrica e o liquido deve estar a escorrer para os esgotos.»
«Tive uma ideia.» disse Cristina. «Preciso de Joana e Solange. Os que tiverem escudos protejam os outros.»
«Que quereis que faça?» perguntou Solange.
«Quando os familiares dobrarem esta esquina atirai com o piche sobre eles.» disse Cristina.
«Entendo vosso plano.» disse Joana. «Nós então dispararemos nosso fogo sobre eles apanhando-os num turbilhão de chamas.»
«Exatamente.» disse Cristina.
Os guinchos infernais dos familiares aproximavam-se da curva e Solange libertou os ventos ao seu comando criando uma onda de piche que se abateu sobre as criaturas. A surpresa delas foi ainda maior ao verem Cristina e Joana preparadas para os enfrentar. As mãos de Joana cobertas pelas chamas verdes do fogo espectral e a ponta da flecha de Cristina em chamas. Antes que a surpresa passa-se as duas dispararam e um mar de chamas envolveu os familiares destruindo-os. O grupo pode então sair dos esgotos para margem do rio.
«A cidade entregue aquelas criaturas.» disse Luís cheio de raiva. «Não suporto tal desgraça.»
«É apenas temporário.» disse Filipe. «Assim que regressar-mos de nossa missão ajudar-vos-ei a livrar todo o reino destas criaturas.»
«Obrigado Filipe.» disse Luís. «Se seguir-mos o rio chegaremos à fronteira em dois dias.»
O grupo seguiu então o rio evitando as cidades de Malikor e em dois dias estavam na fronteira com Carmell, o ultimo reino antes dos reinos da Luz