Capítulo 55
Enquanto o grupo se embrenhava mais no Nefalim, a batalha entre os dois exércitos continuava num impasse. Meneloth havia sido libertado e os exércitos do Norte podiam agora apoiar os exércitos do Centro. Várias incursões do Norte começaram a desgastar as forças de Rashagall que abandonaram Sulil Crag. A aliança continuou a pressão e Venoa foi também libertado.
O pai de David começou então a entender o plano de Rashagall. Iria retirar as suas tropas para Krondana onde as as fronteiras das montanhas a Norte e o mar a Sul criariam um afunilamento das tropas onde Rashagall poderia lançar a sua fúria total como uma onda sobre os exércitos da Aliança. Mas uma defesa concertada em Khalil poderia rechaçar essa onda.
Enquanto os dois exércitos corriam para o seu destino, no plano de existênciados Deuses, estes digladiavam-se por palavras.
«David é um grande general!» exclamou Zerathull. «Vossas forças estão a ser empurradas para trás.»
«O jogo ainda não terminou.» disse Rashagall. «Lembrai-vos que vencendo ou perdendo o meu objetivo será atingido.»
«Como haveis dito irmã.» disse Artanis. «O jogo ainda não terminou.»
«E vós meu irmão refreai vosso entusiasmo.» disse Tassadar. «Lembrai-vos que nossa misão é conter Rashagall, não derrotá-la.»
«Eu sei meus aliados.» disse Zerahull. «Perdoai minha impulsividade. Entusiasmei-me no jogo.»
E durante as discussões, Nexus sempre imóvel e silencioso nunca se pronunciando, observava as expressões dos Deuses, os seus movimentos, as pequenas pistas que lhe permitiam manter o equilibrio. O seu olhar fixo estava na mesa do jogo e nos pontos vermelhos que só ele podia ver. Como estavam perto do seu objetivo, de cumprir o seu papel, no seu plano. Mas ainda faltava a sua parte mais difícil, a entrada pelo reino do Horadrim e finalmente no Arco de Cristal, lar dos Anjos e por fim a porta para Edin e enfrentarem Rashagall no seu próprio reino.
O grupo continuava a sua viagem pelas áreas desoladas antes do reino dos Horadrim.
«Lígia, um momento por favor.» disse David.
«Majestade?» perguntou Lígia aproximando-se.
«Desde que começámos que algo me preocupa.» disse David. «Nenhum e nós sabe como derrotar Rashagall. E temos vindo a recrutar membros que não pertenciam ao plano de Nexus, como Evolus, Katy, Sílvio, Cláudio e Braga.»
«Aí vos enganais majestade.» disse Lígia. «Tirando Evolus todos os que recrutámos têm a aura de Nexus.»
«Interessante.» disse David pensativo. «Mesmo Katy...»
«Quanto a derrotar Rashagall.» disse Lígia. «Acho que receberemos alguma missiva de Nexus.»
«Sim.» disse David. «Se não fosse Neuza, nunca saberiamos o caminho.»
«Sim.» assentiu Lígia. «No caminho certamente receberemos instruções.»
O grupo chegou finalmente à fronteira de Arbactor, reino dos Horadrim.
«Bem vindos ao meu reino.» disse Sílvio. «Embora deva ser o único a desejar tal coisa a vós.»
«Mais vale um sincero que muitos falsos.» disse Pequenina.
«Posso manter-nos invisíveis aos poucos Horadrim que aqui estão ainda, mas não posso fazer em relação aos Anjos que patrulham o reino.»
«Teremos de ter cuidado.» disse Ana Raquel. «Como no deserto.»
«Mais ainda.» disse Rute. «Perdemos Passarinho numa armadilha.»
«Posso levar-vos até minha casa.» disse Sílvio. «Penso que será mais seguro.»
«Concordo.» disse David. «Indicai o caminho.»
Sílvio guiou-os pela sua terra mágica, um reino onde a imaginação dos seus habitantes moldava o mundo real. Em certas áreas lindo e maravilhoso, noutras terrível e assustador.
«O poder mágico parece irromper do chão, neste reino.» disse Nela. «Um mago pode perder a razão com tal poder.»
«E muitos perdem.» disse Sílvio. «Acho que foi por isso que foi tão fácil a Rashagall ordenar o ataque ao Oeste.»
«Então existem mais Horadrim que estão como vós?» perguntou Claudina.
«Certamente.» disse Sílvio. «Mas ou estão demasiado temerosos ou já foram eliminados.»
«Eliminar a resistência em casa antes de um ataque.» disse Duarte. «Uma boa política.»
«Odeio concordar convosco.» disse Freira. «Mas sem inimigos em casa a invasão será sempre mais fácil.»
O grupo continuou escondendo-se em florestas mágicas de algumas patrulhas, até que finalmente chegaram a um belo castelo. Tinha um brilho mágico e as suas torres eram ornamentados de dragões.
«Vossos familiares são demasiado grandes.» declarou Sérgio.
«São poucos mas bons.» riu-se Sílvio. «Tenho apenas quatro familiares e cada um deles protege uma das torres de minha moradia. A minha esposa encontra-se longe, pois está noutro reino tal como eu estava. Mas cetamente conseguirei uma refeição para nós.»