Capítulo 61
Cláudia levou-os então pelo caminho mais curto até Novogus, um pequeno castelo sombrio no meio de tanta beleza.
«Bem vindos.» disse um jovem moreno de cabelo negro e olhos castanhos. «Há muito que vos esperava. O meu nome é Filipe mas chamai-me Pipu.»
«Obrigado Pipu.» disse David. «Podeis mostrar-nos como está a batalha.»
«Certamente majestade.» disse Pipu indicando a entrada do castelo.
O grupo seguiu Pipu pelos corredores do castelo até uma grande sala onde repousava uma pequena chama.
«Cuidao com vossos olhos.» disse Pipu enquanto começava a entoar um encantamento.
A chama tremeluziu um pouco, depois elevou-se um pouco e de repente explodiu numa labareda cegante antes do seu brilho diminuir e uma imagem começar a surgir no seu interior.
O grupo pôde ver os exércitos da Aliança a reforçarem as suas defesas em Kalil enquanto em Krondanal Rashagall preparava um assalto final.
«O meu pai entendeu bem o plano de Rashagall e defende-se bem.» disse David.
«Será então um impasse.» disse Freira. «O equilibrio manter-se-á.»
«Mas teremos de ser o mais lestos possível.» disse Sérgio. «Ou Rashagall poderá encontrar uma forma de nos derrotar ou ser derrotada.»
«Estais prontos para enfrentar os Guardiões?» indagou Pipu.
«Assim é.» disse David. «Mostrai o caminho.»
Pipu levou-os então ás catacumbas do castelo onde uma nova porta os esperava com os familiares cilindros ladeando-a
Todo o grupo se preparou para a batalha enquanto Pipu se aproximava da porta e os cilindros se abriam.
Dos cilindros saíram uma mulher e um homem. A mulher de tez morena, cabelos castanhos longos e ondolados com alguns laivos de ouro, olhos claros, parecia bondosa mas todo o grupo sentia que seria uma adversária perigosa. O homem era moreno de cabelo negro, cara de poucos amigos e á sua volta sentia-se uma aura assustadora.
«Estes são Vanda e Marco.» disse Pipu. «Os Guardiões da porta do Leste.»
«Espero que estejais prontos para enfrentardes vossos maiores medos e maiores desejos.» disse Evolus.
«Não me parecem grandes desafios.» disse Bruno.
«Não estou a falar de medos comuns.» disse Evolus. «Estou a falar dos medos inconfessáveis que carregais na alma e a falar de um mundo perfeito criado por vós. estais prontos a enfrentar isso?»
«Teremos de estar.» disse Joana. «Este mundo depende disso.»
«Iremos prevalecer.» disse Ana Raquel. «Pelos que caíram para chegarmos aqui.»
«Para vingar os que caíram nesta guerra.» disse Vanessa.
«Para salvar todos aqueles que ainda lutam.» disse Sérgio.
«E os que nos esperam em casa.» disse Cristina.
«Estamos prontos.» disse David.
«Sois adversários de valor.» disse Marco.
«Vosso teste será certamente glorioso.» disse Vanda.
Os dois guardiões começaram a brilhar e toda a sala foi consumida pelo brilho. Quando este se desvaneceu apenas Pipu e Evolus estavam na sala.
«Estais com eles, não estais?» preguntou Pipu.
«Sim.» disse Evolus. «Mas minha influência é muito reduzida, sou apenas uma sombra no seu mundo.»
«Uma sombra é uma dádiva muito importante.» disse Pipu pensativo. «Salva-nos a vida num deserto e ajuda-nos a ver a luz.»
«Sábias palavras.» disse Evolus com o que parecia ser um sorriso.
«Vós sois um dos Primeiros também.» disse Pipu.
«Sim.» replicou Evolus. «Por isso os avisei do perigo que iriam correr. Agora dependerá deles como o enfrentar.»
«Confiais assim tanto neles?» indagou Pipu.
«Sim.» disse Evolus. «São o melhor que este mundo pode oferecer. Se eles não poderem prevalecer, então não haverá mais esperança.»
«Parece-me que falta alguém aqui connosco.» disse Pipu olhando em volta.
«Sim.» disse Evolus. «Uma carta fora do baralho que poderá inverter um mau resultado.»
«Falais de Filipa?» perguntou Pipu.
«Assim é.» disse Evolus. «Parece-me que tem um papel a cumprir nesta demanda e que só ela pode decidir o que será.»
«Não será uma responsabilidade grande demais para alguém tão novo?» indagou Pipu.
«Neste mundo louco onde vivemos são pecisas medidas drásticas.» disse Evolus. «Mas acredito em Filipa. Ela saberá o que fazer quando a altura chegar.»
«Conheceis todos eles melhor que nínguem.» disse Pipu. «Espero que tenhais razão.»