Capítulo 68


«Não. Não irão.» disse uma voz ao mesmo tempo linda e horrível, serena e irascida, homem mulher e criança ao mesmo tempo. «Vossa insanidade termina aqui.»


«Nexus?» indagou Zerathull surpreso.


«Como podeis estar aqui?» perguntou Rashagall.


«Eu estou onde devo estar.» disse Nexus. «Esta insanidade vai terminar aqui.»


«Nada podeis fazer.» disse Zerathull. «Se fizerdes algo destruireis tudo o que haveis lutado por manter.»


«Posso e farei.» disse Nexus. «Estais prontos?»


«Sim Nexus.» disse Artanis aparecendo.


«Estou ao vosso serviço.» disse Tassadar aparecendo também.


«Que fazem eles aqui?» perguntou Zerathull.


«Que podem eles fazer?» perguntou Rashagall receosa.


«A Luz e as Trevas fazem parte da Vida e da Morte.» disse Artanis.


«A Vida e a Morte podem existir sem a Luz e as Trevas.» disse Tassadar.


«Retiro-vos vosso poder de Deuses.» disse Nexus. «As vossas ações podem apenas afetar os mortais mas já não podem afetar a criação em si.»


«Que castigo pensais que é esse?» gritou Zerathull. «Arranjaremos outra maneira de acabar com esta maldita existência!»


«Podemos fazer isso.» disse Vanessa. «Sois poderosos sim, mas agora podeis pagar por tudo o que haveis feito.»


«Venham então míseras criaturas.» disse Rashagall. «Enfrentai vossa destrução!»


O grupo preparou-se para o combate  enquanto Nexus, Artanis e Tassadar retiravam-se do caminho.


A grande batalha começou, os ex-deuses das Trevas e da Luz contra as criações do mundo. Uma batalha titânica de vingança contra as criaturas que havia milénios os obrigavam a lutar uns contra os outros. Raças há muito inimigas juntas contra os seus mestres. Os ex-deuses criavam á sua volta um escudo de criaturas que os protegiam contra o grupo que lutava para destruílos.


«Têm mesmo alguma hipótese?» perguntou Artanis.


«Têm.» disse Nexus. «Uma que nem eu planejei.»


«E saberão eles dessa hipótese?» indagou Tassadar.


«Um sabe.» disse Nexus. «Ele saberá o que fazer.»


A batalha estava num impasse. O ataque do grupo era rechassado pelas criaturas de Rashagall e Zerathull. Mas os ataques destes também não surtiam muito efeito. Parecia que o destino de tudo ficaria num empate.


«Não existe mais que possamos fazer?» perguntou Cristina. «Não conseguimos fazer muitos danos e não conseguiremos manter este nível de ataque durante muito mais tempo.»


«Eles também não aguentarão durante muito muitos mais tempo.» disse Joana. «Temos de continuar a desbastar as suas defesas.»


«Por este andar não conseguiremos nada.» disse Duarte. «Nem vitória nem derrota.»


«Devemos manter nossa fé.» disse Cláudia. «Continuemos a luta.»


«Por todos os que caíram para conseguir-mos chegar até aqui!» exclamou Greg.


«Por todos os que foram traídos!» exclamou Freira.


«David deveis manter o ataque!» gritou Evolus. «Sérgio, Braga, Neuza, Joana, Cantante recuai até mim!»


O pequeno grupo recuou até junto de Evolus.


«Que quereis?» perguntou Sérgio.


«Planejo um novo ataque mas necessito de vossa ajuda.» disse Evolus. «Joana e Sérgio deveis combinar vossos poderes para criar uma ilusão de Cantante. Cantante cantará uma canção de energia enquanto eu Braga e Neuza atacaremos os dois enqunto se concentram em vós.»


«Parece um plano arrojado.» disse Braga. «Contai comigo.»


«Não nos demoremos ou os dois verão que algo estranho se passa.» disse Neuza.


Cantante ficou diante de Sérgio e Joana que entoaram palavras tão antigas como o próprio tempo. Dos seus corpos saíram sombras e chamas que se combinaram tomando a forma de Cantante. Cantante começou a entoar então uma canção que conferia energia à nova criação. Parecia que um vulcão estava a irromper pela criatura. Rashagall e Zerathull ao verem tal criatura atacaram-ne com todas as suas forças para evitar o seu ataque. Nesse momento a criatura explodiu destruindo a maior parte das criaturas que os protegiam. Sérgio, Joana e Cantante caíam desamparados no chão.


«Oh Não!» gritou Cristina.


Betinha estava já perto deles e acenou que ainda estavam vivos, cansados, mas vivos.


«Ainda bem.» disse Vanessa menos assustada. «Pensei termos perdido nossos amigos.»


«Olhai!» exclamou Ana Raquel.


Evolus, Braga e Neuza estavam prontos para o seu ataque. As duas estavam com suas espadas em riste e Evolus voava sobre elas e sob os dois deuses que enfrentavam o grupo. As duas espadas pulsavam com a energia dos deuses e essa energia envolvia a criatura com um poder devastador.


«Desculpai-me Neuza.» disse Braga enquanto agarrava Sturmzeit e pontapeava a sua aliada para longe.


«Braga!» exclamou Neuza enquanto via a sua amiga e companheira empunhar as duas espadas e as unia numa só que brilhava vermelho como Nexus.


Braga libertou todo o poder da nova espada em Evolus que partiu como uma bala em direção aos dois inimigos explodindo ao contacto.

Todo o grupo ficou cego por momentos enquanto a energia e a luz da explosão se dissipava. Onde Braga estava apenas os cacos de uma espada estavam. E espalhados pelo chão os restos de Evolus.


«Que se passou?» perguntou Andreia surpresa.


«Evolus conseguiu.» disse André. «Um ataque certeiro e final.»


«Não.» disse Angela. «Zerathull e Rashagall estão ali.»


Os dois deuses feridos estavam a levantar-se do pó.


« Vossos amigos falharam.» disse Zerathull. «E agora estais ainda mais fracos.»


«Vossa destruição será finalmente a nossa vitória.» disse Rashagall.»


«Algo está diferente neles.» disse Joninhas.


«Estão mortais!» exclamou Claudina. «O ataque de Evolus tornou-os mortais.»


«Ótimo.» disse Rute com um sorriso malévolo ao transformar-se na sua forma de Górgona. «Pagai por todos os vossos crimes.»


Os olhos de Rute brilharam com o nunca tinham brilhado antes e os dois deuses transformaram-se em pedra.


«Permitai-me acabar esta batalha.» disse Ganopa erguendo a sua espada e destruindo as duas formas de pedra derrotando-os finalmente.