Capítulo 69


A vitória do grupo tinha-os enchido de alegria mas estavam também apreensivos por Braga e Evolus os seus companheiros caídos.


«Evolus...» pedia Cantante baixinho. «Por favor ergueivos. Por favor.»


«Olhai.» disse Vanessa estupefacta.


Os pedaços de Evolus uniam-se por magia até formarem a criatura de novo.


«Minha missão está no fim.» disse Evolus. «Em breve terei de vos deixar. A alma que me anima está pronta a deixar-me e irei  descansar novamente.»


«Não.» disse Cantante. «Não me podeis deixar.»


«Não vos deixarei.» disse Evolus. «Quando tudo terminar, podeis levar uma de minhas garras e estarei sempre convosco.»


«Não quero isso, quero-vos a vós comigo.» disse Cantante chorosa.


«Na vida nem sempre temos o que desejamos.» disse Evolus docemente. «É a última lição que vos posso dar.»


«Ela aproxima-se.» disse Catarina. «Estamos os dois prontos?»


«Estamos minha amiga.» disse Evolus. «Amigos, aproximai-vos pois irão presenciar algo que muito vos emocionará.»


Todos se aproximaram de Evolus enquanto uma pequena luz se formava sobre ele até se tornar uma forma humana.


«Como estais meu amado?» perguntou a mulher.


«Mashenka?» indagou David maravilhado.


«Sim Príncipe David.» disse Mashenka sorrindo para ele. «Eu sou Mashenka. Rainha do Limbo e segunda entre os primeiros.»


«Mas primeira no meu coração.» disse Evolus. «E no da alma que me anima.»


«António!» exclamou Freira. «É António quem vos anima!»


«Nosso tempo chegou ao fim meu amigo.» disse Evolus. «É tempo de nos separar-mos.»


A criatura brilhou enquanto a forma astral de António emergia dela.


«Pai?» perguntou Cantante.


«Desculpa minha filha por nunca te ter dito a verdade.» disse Atónio olhando ternamente Cantante. «Mas a minha união com Evolus assim me pedia que fosse ou seria forçado a seguir o meu caminho para o reino das almas e ficarias sozinha na caverna.»


«Então todo o amor que senti da criatura e todos os momentos em que desejei estar com os meus pais haveis estado sempre comigo.» disse Cantante sorrindo. «Eu sempre estive com meu pai.»


«E eu não podia estar mais orgolhoso da filha que criei.» disse António. «Mas também estou orgolhoso de minhas pupilas, Vanessa, Rute e Cristina. Não podia ter encontrado melhores pupillas para meus ensinamentos.»


«Não digais isso.» disse Rute com os olhos marejados de água. «Haveis sido o meu querido professor e amigo até me haveis protegido de meu maior medo. Obrigado...»


«Muito obrigado.» disse Critina entre soluços das suas lágrimas. «Não seria quem sou sem vossa ajuda.»


«Sois meu professor e irmão António.?» disse Vanessa estoicamente enfrentando as suas lágrimas. «Prometo honrar-vos enquanto for viva e prometo que vossos ensinamentos viverão muito para lá dos tempos.»


«Estou pronto.» disse António a Mashenka. «David, um último adeus meu lorde e senhor, meu amigo e irmão de armas. Tenho a certeza que sereis um grande rei.»


O grupo viu as formas de António e Mashenka abraçarem-se e beijarem-se enquanto se desvaneciam para o reino das almas.


«Tenho de me despedir de vós também.» disse Catarina.


«Catarina?» perguntou Pequenina.


«A minha missão estava incompleta pois António permanecia preso a este plano de existência.» disse Catarina sorrindo. «Agora que ele partiu também eu devo voltar ao poço das almas.»


«Adeus Catarina.» disse Carmen emocionada. «Foi uma honra lutar ao vosso lado durante estas batalhas. Sereis sempre lembrada.»


«Obrigada.» disse Catarina desvanecendo-se no ar da noite.


«Terminou então?» perguntou Vânia.


«Ainda não!» exclamou uma voz por detrás deles. «Ainda falta a minha vingança.»


«Mãe!» exclmou Cantante. «Que vingança!»


«Não permitirei que vivas!» gritou Cláudia com as suas mãos cobertas pelo fogo espectral. «Vosso pai pode ficar com a rameira de luz mas destruirei o seu maior sonho. A sua querida filha criada por ele e aquela maldita criatura.»


«Não o fareis!» gritou Cristina. «Cláudia por aquilo que já havemos passado junto rogo-vos que pareis com esta loucura.»


«Parva criatura.» disse Cláudia olhando com desprezo Cristina. «Apenas aceitei treinar-vos por pedido de António. Pensei deixar-vos para último mas talvez deva matar-vos já.»


«Cláudia parai!» gritou Joana. «Se cumprirdes com vossa vingança sereis destruída. Sabeis que é o destino das Víuvas Voadoras.»


«Aceito o meu destino.» disse Cláudia erguendo as suas mãos para o seu ataque. «Minha vingança será cumprida!»


«Mãe parai!» gritou Cantante paralisando Cláudia


Uma flecha em chamas saíu do arco de Cristina e foi coberta pelas chamas espectrais de Joana antes de se espetar em pleno peito de Cláudia que libertou um grito de agonia antes de desaparecer para sempre.


«Terminou.» disse Cristina em lágrimas. «Não que tenha alegria nisso.»


«Nem eu tenho.» disse Cantante. «Mas minha mãe já não tinha esperança. Seriamos nós ou ela para sempre.»


«A batalha?» perguntou David. «E a grande batalha?»


«Um impasse com os exércitos a retirarem para seus reinos.» disse Tassadar.


«Será um período de pesar e confusão.» disse Artanis.


«Mas o equilíbrio manteve-se e todos agora estão mais seguros devido aos vossos esforços.» disseram as vozes de Nexus. «Falta-me apenas uma pequena tarefa.»


Os pedaços da espada de Braga elevaram-se até ás mãos de Nexus que voltou a reformar a espada e com isso Braga estava de novo segurando o cabo.


«Braga!» exclamaram todos.


«Minha pequena.» disse Nexus olhando Braga. «Vossa coragem e bondade devem ser premiadas. Ide e servi como minha enviada nerste mundo. Usai a espada com inteligência e bondade.»


«Assim farei.» disse Braga voltando para o meio de seus companheiros.


As quatro chaves estavam agora diante de seus Deuses.


«Apenas duas são necessárias agora.» disse Tassadar. «Xana liberto-vos de vosso voto e Margarida aceito-vos como minha chave.»


As duas chaves aquiesceram e desapareceram.


«Patiscas ficai ao meu lado e vós Pipu podeis dedicar-vos a ser a minha chave.»


As duas chaves aquiescaream e despareceram também.


«Decerto quereis voltar a vossa casa.» disse Nexus. «Ide em paz e lembrai-vos de vossa aventura para criar-des um novo mundo.»


E todos foram transportados para os seus reinos.