Captítulo 15
O navio levou-os então das desoladas costas de Beleri para as luxuriantes de Ohmsmouth, o reino do arroz.
Todo o reino estava dentro de um enorme arrozal, propriedade de todos do reino. Para poderem atravessar o reino de uma forma eficiente, tinham sido construídas estradas elevadas e as aldeias e cidades assentavam em pilares que as mantinham a vários metros do chão pantanoso do arrozal. O povo de Ohmsmouth trabalhava o ano inteiro no arrozal pois, para além de ser o seu alimento principal era também o maior produto de exportação, sobretudo em tempos de guerra.
A chegada de um navio de Balad Naran, fora de época e sendo também um navio real, deixou o reino completamente atrapalhado. Foram feitas á pressa várias deputações de várias províncias para receber os visitantes reais. Entre estes encontrava-se Teresa, pois já tinha acompanhado o príncipe de Balad Naran numa incursão contra os exércitos das Trevas.
O navio aportava e já bandas tocavam e a festa começava.
«Espero evitar isto nos outros reinos.» disse David. «Só nos atrasa.»
«Bem, não podemos escapar desta.» disse André. «Será melhor aproveitar-mos.»
«Sim.» disse David. «Em breve estaremos nos reinos das Trevas e duvido que a sua recepção seja das mais calorosas.»
«Acho que será mais calorosa.» disse Carmen. «A maior parte deles atirar-nos-iam para uma fogueira vivos.»
«Sim.» disse Fábio sorrindo. «Acho que Carmen tem razão.»
E todos bem dispostos saíram do navio onde foram recebidos com toda a pompa e circunstância que o protocolo ditava.
Durante a celebração David pediu a Lígia que olha-se para Teresa o que demonstrou a sua aura.
«Como sabíeis?» perguntou Lígia.
«Tem sido um padrão emergente.» disse David. «André, Carmen, Raquel e Fábio, Andreia e como os outros vieram até nós.»
«Sim.» disse Lígia. «Tem sido mais fácil que eu julgava ser.»
«Nexus escolheu heróis que estão ligados a mim ou a outros que se ligaram a mim.» disse David.
«Então Teresa?» indagou Lígia.
«Quando vim para aqui com Carmen e...» disse David parando a meio. «Teresa juntou-se a nós. Quando vos pedi que olhásseis para Teresa foi um pequeno teste.»
«Então não teremos problemas em pedir-lhe que nos acompanhe.» disse Lígia.
«Talvez.» disse David. «Teresa pode ter reservas prórpias. Mas se o Nexus a escolheu , não devem haver impedimentos.»
E de facto não houve, Teresa aceitou de bom grado juntar-se ao grupo. David, como faria em todos os reinos aliados, enviou então uma mensagem ao líder do reino onde pedia que enviasse o seu exército para Balad Naran com a maior urgência.
Teresa arranjou então cavalos e conduziu-os pelo caminha mais curto para as fronteiras com Nirn.
Nirn era completamente diferente de Ohmsmouth. Era um reino de grandes florestas com pequenos ribeiros correndo alegremente aqui e ali, tornando a paisagem num lindo local para viver. Mas essa beleza escondia o valor guerreiro do povo de Nirn. Era um povo dedicado ao uso do arco. Desde tenra idade que todas as crianças eram treinadas no seu uso e os melhores passavam ao arco longo. Era o arco mais potente e mortífero usado pelos humanos.
O grupo aproximou-se então de uma pequena habitação numa clareira onde uma jovem praticava com o arco longo.
«Mas aquele arco é quase do tamanho dela.» disse Luís rindo. «Ela nunca vai conseguir disparar aquilo.»
Mas a sua gargalhada foi curta pois foi derrubado do seu cavalo pela flecha disparada pela jovem.
«Belo tiro Patrícia.» disse David saudando-a .
«Príncipe David!» exclamou Patrícia. «Vosso companheiro está bem?»
«Sim estou!» exclamou Luís limpando-se do pó. «As minhas desculpas e eos meus parabéns.»
«Obrigado.» disse Patrícia. «Mas que fazeis em Nirn?»
«Vim á vossa procura.» disse David olhando para Lígia.
«Sim, majestade.» disse Lígia. «Ela é quem procuramos.»
«Procuravam-me?» indagou Patrícia surpresa.
«Espero que vos junteis a nós.» disse David.
«Uma nova incursão?» disse Patrícia com os olhos a brilhar.
«Uma nova incursão.» disse David. «Mas diferente.»
«Diferente?» indagou Patrícia.
«Procuro heróis para uma incursão ao Leste.» disse David.
«Ao Leste?» disse Patrícia. «Nunca fui ao Leste. Aceito.»
«Mas nem sabeis de que missão se trata.» disse Carmen.
«Não importa por agora.» disse Patrícia. «Com as incursões aqui no Oeste conhecia o máximo de terras que consegui, agora farei o mesmo no Leste.»
«Então preparai-vos para uma outra surpresa.» disse Freira.
«Surpresa?» disse Patrícia.
«Ireis conhecer também o que vos falta do Oeste.» disse Raquel. «Porque é para aí que nos dirigimos.»
«É de facto uma surpresa.» disse Patrícia sonhadora. «Mas o que importa é a viagem e não o destino.»
E assim Patrícia uniu-se ao grupo de heróis que se dirigiam agoira para as fronteiras com Nikz.